O ESPARGO (Asparagus) contém cerca de 100 espécies. Entre elas podemos encontrar espécies ornamentais e espécies utilizadas para folhagem de corte, consumo de raízes e produção de turiões sejam elas cultivadas ou bravas onde crescem de forma espontânea.
Asparagus officinalis é a espécie cultivada utilizada para produção e consumo de turiões. Originária da Europa, apresenta alguma versatilidade sendo resistente a temperaturas altas e rigorosamente baixas. Desta forma, podemos encontrar uma produção de espargos em climas temperados. Por este motivo, atualmente a sua produção mundial distribui-se pela Europa, Ásia e Norte de África.
Figura: Plantação de espargo em clima temperado
O espargo é uma espécie herbácea perene, que pode atingir entre 1 e 2 metros de altura. É constituído por uma parte subterrânea, designada por garra, composta pelo rizoma e pelas raízes. O rizoma contém gemas, que dão origem a caules aéreos designados por turiões que constituem a parte comestível da planta.
Existem inúmeras variedades, que variam mediante o tipo de solo, as necessidades hídricas e a cor.
Todos os turiões, quando se encontram debaixo da terra, são brancos. Quando emergem do solo, ganham a tonalidade verde ou roxa. Ainda assim, existem variedades mais aptas para o espargo verde, branco ou roxo, ou ainda aqueles que possuem dupla aptidão branco/verde.
Figuras: Espargo verde (Felgueiras, abril 2018); Espargo branco (Felgueiras, março 2017); Espargo roxo (Tomar, março 2018)
De forma a assegurar a frescura do produto e de corresponder às exigências do mercado, as operações desde a plantação até à pós-colheita devem ser realizadas com o maior rigor e profissionalismo.
A campanha de colheita decorre num período de 75 a 90 dias, sendo realizadas várias colheitas. Quando chegamos a este momento, o crescimento é muito rápido, emergindo milhares de turiões do solo. Os produtores devem percorrer as espargueiras diariamente para efetuar o corte assim que o turião atingir um comprimento entre 22 e 25 cm. Este deverá ser junto ao solo, limpo e nunca oblíquo para que o espargo não seja danificado.
Figura: Corte do espargo durante a campanha de colheita
Depois de colhido, para manter a qualidade do espargo, este deve ser entregue imediatamente, se possível, em veículos refrigerados.
O espargo deve ser calibrado por diâmetro e tamanho, apresentar-se inteiro, limpo e isento de pragas e doenças, humidade extrema, odores e sabores estranhos. Sem golpes e fissuras, com a coroa fechada.
A elevada perecibilidade do espargo dificulta a sua utilização em fresco, embora esta forma de comercialização seja também bastante utilizada quer seja em molhos não embalados, embalados ou em granel. Ainda assim, a mais comum forma de comercialização é enlatados, conservados em salmoura. Com menor expressão, podem também apresentar-se sob a forma congelada, sendo que este processo deverá ser realizado pouco tempo depois de serem colhidos para evitar a lenhificação e a textura fibrosa.
Figuras: Diferentes formas de apresentar o espargo
O espargo é um alimento com baixo teor calórico, rico em fibra, vitamina A e C. Possui propriedades depurativas e diuréticas.
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Autora do artigo:
Vanessa Fernandes (Técnica e Investigadora Agrónoma)